O tempo passa...


É engraçado como, às vezes nos damos conta de coisas óbvias com certa admiração. Por exemplo: meus filhos estão crescendo (rs... Oh!)!
Ok, os filhos crescem, Graças a Deus, mas vai me dizer que você nunca se deparou com a situação de olhar pra eles e pensar: -Nossa, como estão grandes!
Seja num aniversário, ou na hora de colocar aquela roupa que há alguns meses estava grande e agora não cabe mais. É... acontece que o tempo passa tão rápido, que quando a gente nota, já foi.
Ano que vem o Lucas vai para o 7º ano, e isso me faz sentir... velha! O Matheus entrou na escolinha esse ano, e está gostando, apesar que, ele reclamou que a escola tinha crianças grandes e ele não gostava delas. Sabe-se lá o aconteceu, vive falando que quer ir pra uma escola só com crianças pequenas. Outros fatos aliados me levaram a escalar outra escola e ano que vem ele vai pra uma escolinha pequena, só com crianças da idade dele. Melhor assim!
A escolha da escola é algo complicado, envolve tanta coisa. É muito difícil esse desapego de deixar estranhos cuidarem do seu filho. Mas é tão importante pra eles, que chega uma certa idade que se torna indispensável. Eu imagino como deve ser difícil para mães que após 4 ou 5 meses são obrigadas a deixar seus filhos em creches. Sempre carreguei meus filhos para  o trabalho comigo. Tenho amigas que contam com a ajuda de parentes, o que é muito bom. Eu sei que de uma forma ou de outra, sempre achei que, enquanto bebês, o melhor é tê-los por perto. Mas, depois de crescidinhos, eles precisam mesmo é aprender a conviver com outras crianças, precisam desse ambiente da escola, e eles se desenvolvem tanto.
Acho que nós mães sofremos muito mais do que eles nesse período de adaptação, mesmo quando choram e se agarram em nossos pescoços (tática para ativar o modo culpa na gente). É estranho ver que aos poucos eles estão se desgarrando de nós.
Saber que nossas crias estão crescendo é mais do que ver o tempo passar. É saber que cada momento foi único, e não vai voltar... Aquela risadinha gostosa sem dente, os primeiros passinhos, as primeiras palavras... Logo vem a primeira lancheira, os primeiros livros, os amigos de escola, e aí não tem mais bebezão da mamãe, se tornam crianças e depois mocinhos, logo adolescentes...
Lucas está chegando na adolescência, uma criança que ainda não sabe se quer mesmo ser gente grande... muitas responsabilidades... Agora ele quer o vídeo game dele, e as grandes decisões ficam por conta da escolha do presente de Natal. Os pais cobram, ele reclama.
Esse ano ele aprendeu finalmente como estudar para uma prova, após ficar de recuperação em 3 matérias. Cortei o vídeo game durante a semana, sou chata, mas a chata aqui avisou o ano inteiro. E eu canso de dizer pra ele que se eu fosse “legal” com ele, eu estaria sendo a pior pessoa do mundo pra ele. Talvez ele se lembre bem quando crescer, que sempre digo que dizer “sim” a tudo que alguém quer ou diz, não é amor. As pessoas erram, muito, e por amor você se vê obrigada a se opor, orientar e as vezes até proibir certas coisas, é para bem deles... e eles sabem disso! Apesar que, só entenderão quando forem pais, certamente. Por enquanto ele busca seu espaço, fala alto, reclama, e testa até onde pode ir. É meu amigão de várias horas, mas leva cada bronca..., fica com raiva, reclama mais, daí passa, já estamos juntos novamente.
E eu continuo me admirando com cada evolução deles, cada coisa nova que agregam, me admiro com o ser humano que estão se tornando. Podem não ser mais bebês, mas sempre serão meus filhos lindos que eu amo tanto.
O tempo vai agir sobre nós, mas esse vínculo sempre será maior que tudo pra mim. Amo vocês!

...e meses depois... Amor, amor e mais amor!


Eu sempre me considerei uma pessoa carinhosa com aqueles que eu amo, apesar de achar que sou melhor em “receber” do que “fazer” carinho, porque na verdade eu sou mais brincalhona, principalmente com meus filhos. Estou sempre fazendo graça e palhaçada pra vê-los dar risada. Não tem coisa mais gostosa do que o sorriso do filho da gente, não é mesmo?!
Às vezes parecemos 3 crianças pulando em casa, meu marido vive dizendo que tem 3 filhos...(rs)
E nesse sentido o Matheus veio pra me amolecer, o baixinho é a coisa mais gostosa desse mundo. Eu nunca, na minha vida, tinha recebido tanto amor, tanto dengo, e ainda mais, dessa forma tão natural e espontânea.
Ele sempre foi muito apegado à mim, mas enquanto é bebê, é natural. Eles mamam, passam 90% do tempo literalmente grudados na gente, e acaba tendo aquele afeto dependente. Depois eles vão crescendo, descobrindo o mundo, e nós mães, viramos uma espécie de “coadjuvante essencial” na vida deles.
Nós sabemos, já tivemos essa idade, a gente nem pensa muito na mãe da gente, com tanto que ela sempre esteja ali por perto... claro! Com o Lucas foi assim, o “apego” foi mudando conforme ele foi vendo que podia fazer as coisas sozinho. E o Lu tem um jeitinho mais: -Faça carinho em mim! Eu que o agarro e fico beijando enquanto ele faz aquele: -Para mãe...! (Típico)
Eu já estava acostumada e conformada, aí vem meu pequeno, com aquele jeitinho meigo e apaixonado, e me faz sentir a pessoa mais especial desse mundo. É um mix de beijos, abraços e declarações de amor, tanto carinho que eu me derreto toda.
Há algumas semanas, o Matheus se mudou para o quarto do irmão. Já fazia tempo que ele dizia que queria dormir no quarto junto com o Lucas (até então ele ficava no berço do lado da minha cama). Ajeitamos o quarto, transformamos um beliche em L que havia lá em duas camas, e agora, segundo o próprio Matheus, o quarto deles ficou “lindo”. Desde então toda noite tem todo um ritual: Crianças na cama, conto uma história, rezamos, me despeço com beijinhos e abraços e vamos todos dormir. E essa despedida tem sido longa.
Com o Lucas:
- (beijo) Boa noite, (beijo) dorme com Deus, (beijo) até amanhã, (beijo) te amo...
- te amo mãe!
Com o Matheus:
- (beijo) Boa noite
- Boa noite (mais beijo)
- (beijo) Dorme com Deus
- Dorme com Deus mamãe (mais beijo)
- (beijo) Até amanhã
- Até manhã... (beijo)
- (beijo) te amo
- te amo mamãe (faz carinha, da sorrisinho, me abraça e me beija mais...) rs
Ai eu tento levantar e ele fala: - Abraço.... (e eu abraço, e ele me aperta, e faz carinha bonitinha)
- Pronto Matheus, boa noite.
Aí ele me aperta mais, me beija mais... aí, quando ele cansa ele fala: -Vai lá mãe...
E assim sou dispensada (rs).
Sabe... não troco esses momentos por nada. Nessas horas eu me sinto a pessoa mais importante do mundo. E sei que quando eles crescerem, e tiverem suas vidas, eu vou lembrar com muita saudade desse tempo. De seus semblantes tranquilos, de seus sorrisos, desses momentos de paz, aconchego e cumplicidade.
E esse é o amor verdadeiro, aquele que só conheci através dos meus filhos. Eterno e incomparável. Difícil é encontrar palavras para descrever...
Obrigada meu  Deus pela benção de ser mãe.