De novo mãe!

Só pra não dizer que não escrevo mais ...rs

Luquinhas está fazendo as ultimas provas do ano. Quem sou eu para questionar métodos de ensino de grandes instituições? Mas sinceramente, não entendo essa forma extremamente light das escolas atualmente. Provas agora são apenas “atividades”, o estudo é feito de forma mais lúdica, as crianças aprendem vivenciando, e mais uma porção de bla bla blas. Meninas, quando seus babys estiverem no ensino fundamental vocês me contarão, é completamente diferente do nosso tempo, quando acordávamos mais cedo porque tínhamos que estudar para a prova, e se não conseguíssemos nota tinha recuperação, e se ficasse de recuperação em 3 matérias, bombava lindo... Poxa, era emocionante (kkkk nem tanto)

 Não sei quanto as outras crianças, mas com meu filho, os métodos atuais não funcionam muito não, ele não se importa com nada, não está nem aí pra prova, pra passar de ano, ir bem na escola, parece que falta motivação. O que eu sei é que escola sempre foi motivo de inferninho em casa. E eu sempre fui a bruxa má da história, aquela que coloca pra estudar, fazer lição, pega no pé, manda tomar banho, escovar os dentes. Tudo isso me transforma em alguém bem ruim na cabecinha dele. (Lucas, um dia você vai entender a mamãe, provavelmente no dia em que você fizer a mesma coisa com seu filho, aí verá que eu não fui tão ruim assim.) O motivo de tanta cobrança é tentar fazer com que ele se empenhe, tente, por ele mesmo, se dedicar à alguma coisa!

Aí vem aquele lance da culpa maternal: será que to fazendo tudo errado? Será que eu vou fazer ele pegar bronca dos estudos? Alivio mais ou cobro mais? Ameaço ou o deixo mais livre? Ele não tem idade pra discernir o que é melhor pra ele e isso me consome, porque eu sei o quanto é ruim alguém na sua orelha te cobrando o tempo todo, mas sei também que se deixar ele não faz nada, nem toma banho, então me forço a ser chata... e me pergunto se estou agindo da melhor forma...

Filho, tenta entender, é minha missão te educar, te ensinar as coisas, te dar a base para você se formar um grande homem, com estrutura. É minha obrigação te ensinar tantas coisas, que posso até falhar em várias delas... Mas sempre estarei aqui te apoiando pra que seja cada vez melhor, e cresça feliz. Nem sempre vou passar a mão na sua cabeça, porque não é só com carinho que a gente aprende. Mas saiba que até as mais duras palavras que saem da minha boca tem um fundo de amor totalmente incondicional por você, se falo é porque quero teu bem acima de tudo.

Eita profissão complicada essa de mãe, viu!

Esse feriado da proclamação da república foi proveitoso. Nossa Tia Cris alugou um sítio e foi um monte de gente, mais dois cachorros prá lá. Lucas se divertiu bastante e Matheus brincou o tempo todo. O lance legal ficou por conta do Matheus e os cachorros. Ele não está acostumado com cães, temos dois gatos (e já foi difícil de se acostumar com eles). Ele fica assustado com latidos e o jeitão de “to passando”, era um Labrador e um Vira-latas, o labrador era uma “figura”, bebeu água da privada, tomava café, almoçava e jantava com todos da casa, roubou uma peça de bacon, comia salgadinho da mão das crianças, muito engraçado. No primeiro dia Matheus ficou em pânico total, grudava na minha perna e ficava dizendo: - Mamãe, medo... – kkk, depois foi passando, ele foi se aproximando, sei que no ultimo dia estava quase “montando” no cachorro. Ele adorou. E pasmem, descansei... Nem eu acreditei, mas voltei mais calma. Mas é que eu brinquei também, me diverti, foi muito bacana. Ás vezes chega a ser necessário esfriar a cabeça. Queria que tivesse sido bom pro meu marido também...

Bem, sou mãe de um pré-adolescente. Dá calafrios de dizer, ele mal atravessa a rua sozinho e eu já fico pensando em baladas, drogas, mulheres, bebidas... Lucas está crescendo, tem 9 anos e já quer beijar na boca. – Vai com calma filho, você vai ter tempo pra isso... – Vai com calma? Bem, nós não tivemos muita calma na nossa época. Por que eles vão ter agora? Ele gosta de uma menina, não sei se a menina dá mole pra ele, por isso não incentivei muito quando me perguntou se deveria se declarar ou não. Meninas nessa idade são cruéis, ainda tem o lance dele ser gordinho (preciso marcar o médico para ajudá-lo com isso), só avisei que a vida é feita de “tocos”, pra ele ir se acostumando, e se quisesse saber se ela gosta dele, era melhor se aproximar aos poucos, pra ver se ela retribui... É triste saber que, assim como todo mundo, ele vai ter desilusões, vai sofrer por amores não correspondidos, e toda aquela história que um dia a gente também já passou. Minha vontade, como mãe é de proteger, mas é egoísmo protegê-lo do mundo, ele tem que ter suas próprias experiências. Isso o ajudará a transformar-se em um homem.

Lucas, espero poder te acompanhar em todas suas fazes meu amor, comemorar suas alegrias e ser teu eterno colo em suas tristezas. Se existe uma coisa que aprendi com as minhas experiências, é que não importa quanto parece forte o que você sente agora, na vida tudo passa, tudo, o amor, a dor, pessoas vêm, pessoas vão, nem sempre vale a pena ficar sofrendo. Aproveite ao máximo boas situações, e “aprenda” com os tropeços. E acredite, você tem todo o tempo do mundo pra viver tudo o que você quiser. Apenas faça boas escolhas...

Sempre conte comigo.

Te amo filho.